Cigarros electrónicos poderão não ser uma alternativa mais saudável ao tabaco
Tempo estimado de leitura: 2 minutos
Um novo estudo sugere que os cigarros electrónicos aparentam desencadear respostas imunitárias únicas, tal como as que os cigarros convencionais desencadeiam e que levam às doenças pulmonares.
Este estudo conduzido por uma equipa de investigadores liderada por Mehmet Kesimer, da Universidade da Carolina do Norte Chapel Hill, EUA, empregou amostras das vias respiratórias para explorar os efeitos nocivos dos cigarros electrónicos.
“É confuso determinar se os cigarros electrónicos são mais ‘seguros’ do que os cigarros porque os potenciais efeitos adversos dos cigarros electrónicos estão apenas a começar a serem estudados”, disse o investigador.
Para o estudo, os investigadores compararam amostras de saliva de 15 cigarros electrónicos, 14 fumadores de cigarros actuais e 15 não-fumadores.
Foi descoberto que os utilizadores de cigarros electrónicos exibiram unicamente aumentos significativos em proteínas relacionadas com granulócitos neutrófilos e redes extracelulares de neutrófilos (NET) nas vias respiratórios, podendo contribuir para doenças pulmonares inflamatórias.
Os investigadores detectaram também redes extracelulares de neutrófilos fora dos pulmões, os quais estão associados à morte celular no epitélio e endotélio, que são os tecidos que revestem os vasos sanguíneos e os órgãos.
Os autores consideram que são necessários mais estudos para determinar se este aumento está associado a doenças inflamatórias sistémicas como o lúpus e a psoríase.
Os resultados revelaram ainda que os cigarros electrónicos produziam algumas das consequências negativas dos cigarros convencionais, como aumentos significativos nos biomarcadores de stress oxidativo e activação de mecanismos de defesa associados à doença pulmonar e nas secreções de muco, cuja produção excessiva foi associada a doenças pulmonares como bronquite crónica e asma.
“Os nossos resultados sugerem que os cigarros electrónicos poderão ser tão maus como os cigarros”, concluiu Mehmet Kesimer.
Estudo publicado na revista “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”
[via]