Há “banalização” da violência entre casais em Portugal
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A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade admitiu que em Portugal há uma “banalização e mistificação” da violência entre casais, lançando um apelo aos “actores da sociedade” para que sejam “vigilantes e intensifiquem a sensibilização”, noticiou a agência Lusa.
“(…) há uma certa mistificação do ideal de amor romântico que afasta a representação que temos de situações de intimidade da questão da violência e da agressividade”, disse Rosa Monteiro.
A governante apontou que os dados revelados num estudo sobre violência no namoro realizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) “causam alguma perplexidade”, mas valorizou os estudos pela “visibilidade a uma problemática que existe”.
“Estes estudos são importantes para reconhecer o problema e para aumentar a intolerabilidade social a esta problemática”, salientou a governante, acrescentando que esta é “uma problemática multidimensional”, pelo que deixou um apelo.
“Precisamos de todos e de todas neste combate. Falei dos professores e das escolas, mas apelo também às famílias e autarquias e a todos os agentes da sociedade para que todos sejam vigilantes e reforcem as suas acções contra a violência”, referiu.
Por sua vez, a presidente da UMAR, Maria José Magalhães, defendeu que as abordagens a esta matéria nas escolas sejam feitas por pessoas especializadas e considerou que a intervenção de ser articulada pela educação para a cidadania, mas também pela educação para a saúde.
O inquérito nacional da UMAR 2018 que envolveu cerca de 4.600 jovens, com uma média de idades de 15 anos, alerta para as “elevadas taxas de vitimação e, sobretudo, de legitimação da violência”.
“É preocupante” verificar que 68,5% dos jovens (3.186) consideram como natural ter, pelo menos, um comportamento violento na intimidade e que 56% dizem já ter sofrido actos de vitimação, indica o inquérito, divulgado no Dia dos Namorados.
Analisando os vários tipos de vitimação, o estudo revela que 18% foram vítimas de violência psicológica, 16% de perseguições, 12% de violência através das redes sociais, 11% de situações de controlo, 7% de violência sexual e 6% de violência física por parte de um companheiro ou companheira.
Via: Considerações da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, artigo