Chuva: lágrimas que caem do céu
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Sob o manto cinzento do céu, a chuva cai lá fora, como lágrimas do próprio firmamento. Cada gota é um suspiro do universo, um lamento suave que ecoa nos corações solitários. O ritmo da chuva a bater nas janelas desperta sentimentos adormecidos, como memórias antigas que emergem da névoa do tempo.
As gotas escorregam pelos vidros como lembranças fugidias, arrastando consigo o peso da saudade e das histórias que o vento carrega. Os pingos encontram-se pelo caminho, formando pequenos riachos no vidro, como caminhos trilhados por aqueles que se aventuram pelo terreno escorregadio da vida.
A cidade lá fora veste-se de tons acinzentados, e os sons transformam-se em sussurros suaves. As ruas são reflexos borrados de luzes, e cada passo dado é um passo na melancolia do presente. O perfume da terra molhada flutua no ar, trazendo consigo lembranças de dias que já não voltam mais.
É como se a chuva tivesse o dom de tocar as cordas sonoras mais profundas da alma, evocando sentimentos que se escondem nas sombras do quotidiano. Lembra-nos da fragilidade da existência, da efemeridade dos momentos de alegria e do abraço silencioso da tristeza que nos acompanha.
A chuva que cai lá fora envolve-nos numa teia de emoções, como se estivéssemos dançando no limiar entre a realidade e os sonhos… Cada gota que toca no chão é um eco dos nossos próprios passos, marcando o passar do tempo e deixando uma marca profunda no nosso coração.
A chuva é uma beleza que reside também na tristeza, nos momentos de melancolia e na própria poesia. A chuva permite-nos sentir, reflectir e encontrar conforto nas lágrimas que caem do céu…