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Os cadáveres que falo neste texto não são de outros. São partes de mim que ficaram pelo caminho. Experiências que nunca pude viver, emoções que não podia exprimir, versões minhas que nunca tiveram oportunidade de ver a luz do sol, de serem sentidas, amadas, reconhecidas, acolhidas.
A vida leva-nos muitas vezes a modos de sobrevivência. Aprendemos a engolir, a calar, a matar certas partes de nós próprios para continuar vivos.
Cada lágrima engolida, cada palavra não dita, cada pedido ignorado, cada gesto de amor que nunca recebemos, tudo isso transforma-se em peso, em silêncio, em dor, em falta de ar.
O corpo e a mente guardam estas mortes dentro de nós, e elas tornam-se memória viva, alerta, aviso.
Esses cadáveres pedem atenção.
Não é morbidez; é verdade.
Querem nome, espaço, reconhecimento.
Querem que a criança que ainda sobrevive dentro de nós possa finalmente respirar.
Porque só quando olhamos para essas partes enterradas, com coragem, e permitimos que sejam vistas, sentidas e acolhidas, é que começamos a crescer de verdade.
Mais uma vez, agradeço à Dra. Rita, por me ajudar a enfrentar os mortos que carrego dentro de mim.