A História do Carrasco do Teatro do Beato [Parte 1]
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Capítulo 1:
O Enigma do Teatro do Beato
O Teatro do Beato era uma joia em Lisboa, com o seu exterior em pedra e o seu interior espectacular, com detalhes barrocos. Era famoso pelas suas peças de teatro, frequentado pelos amantes das artes de todo o país e além-fronteiras. Mas, por de trás das cortinas deslumbrantes, um mistério horripilante estava prestes a acontecer.
A cidade de Lisboa estava em alvoroço, pois uma série de assassinatos brutais tinha ocorrido nas últimas semanas. Os jornais apelidavam o assassino de “O Carrasco do Beato”, pelo facto de todas as vítimas terem sido encontradas em lugares próximos ao teatro. A polícia estava numa azáfama, na tentativa de encontrar pistas que os levassem ao assassino.
No meio de toda essa agitação, um homem chamado António Almeida destacava-se na investigação policial. Era um actor talentoso e carismático que estava no centro das atenções no Teatro do Beato. Com o seu rosto belo e com os seus olhos expressivos, conquistou o coração de muitas actrizes e fãs, mas também suscitou a desconfiança de alguns.
Uma noite, depois de uma peça de teatro especialmente aclamada, António foi convidado para um jantar íntimo com a belíssima actriz principal, Sofia. Os dois partilharam momentos de riso, vinho e olhares apaixonados. Enquanto a noite avançava, eles decidiram dar um passeio pelos corredores escuros e desabitados do teatro, longe dos olhares curiosos do público.
A determinado momento, um barulho estranho ecoou pelos corredores vazios, apenas iluminados pela luz da lua cheia. António e Sofia congelaram nesse momento. Parecia o sussurro de uma risada sinistra. Eles trocaram olhares e decidiram investigar. Armados apenas com as suas lanternas de bolso, caminharam pelos corredores sombrios.
De repente, a porta atrás deles fechou-se provocando um enorme estrondo. Em pânico, eles viraram-se e tentaram abri-la, mas estava trancada.
Enquanto a escuridão os envolvia, uma voz sussurra. “Vocês acham que podem escapar de mim?”, disse a voz. António e Sofia encolheram-se de medo. A voz continuou, acabando por revelar a sua identidade. “Eu sou o Manuel, o Carrasco do Beato”.
Os corações deles dispararam. Manuel havia sequestrado os dois dentro do próprio teatro. Ele começou a revelar as suas motivações macabras enquanto caminhava por eles na escuridão.
“Eu sou um amante das artes, assim como vocês”, disse o Manuel com uma risada maléfica. “Mas, ao contrário de vocês, eu sou o verdadeiro talento deste teatro. Estive a trabalhar nos bastidores, nas sombras, enquanto vocês brilhavam nos holofotes.”
Manuel aproximou-se, revelando o seu rosto sombrio. Era um homem na casa dos 50 anos com olhos frios e cabelos grisalhos. A sua aparência comum escondia uma mente doentia. “Eu sempre quis estar no palco, mas rejeitaram-me. Agora, é a minha vez de brilhar.”
O terror aumentava a cada palavra que Manuel dizia. Ele forçou António e Sofia a desempenhar cenas de peças de teatro clássicas enquanto os mantinha sob a mira de uma faca afiada. O seu desejo era criar um espectáculo de assassinato como nenhum outro.
Enquanto isso, do lado de fora do teatro, a polícia estava a trabalhar freneticamente para encontrar pistas sobre o paradeiro de António e Sofia. As suspeitas caíram sobre António, uma vez que ele era o principal suspeito dos acontecimentos recentes. No entanto, alguns investigadores também desconfiavam de Manuel, o homem que parecia ter desaparecido nas sombras.
Voltando ao teatro, o pesadelo de António e Sofia continuava. Eles estavam a sobreviver apenas pela sua inteligência e talento. Enquanto desempenhavam as cenas aterrorizantes, também deixavam pistas para a polícia na esperança de serem resgatados rapidamente.
Finalmente, após 35 horas de cativeiro, a polícia invadiu o teatro e seguiu as pistas deixadas por António e Sofia. Após um confronto tenso, a polícia capturou Manuel. Ele foi algemado e levado pelas autoridades enquanto lançava olhares de ódio em direcção a António e Sofia.
O Teatro do Beato voltou a abrir as suas portas, mas agora era assombrado pela lembrança do terrível Carrasco do Beato. António e Sofia sobreviveram, mas as marcas do trauma permaneceram. Eles nunca mais voltaram a actuar e optaram por uma vida mais tranquila e longe dos holofotes.
Lisboa recuperou do horror que assolou o Teatro do Beato, mas o mistério das motivações sombrias de Manuel e o motivo das suas acções brutais continuaram a atormentar a cidade.
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Aviso: Este texto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com eventos reais ou pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência. Todos as personagens, nomes, eventos e situações são produtos da imaginação do autor e não devem ser interpretados como factos reais.