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A História do Carrasco do Teatro do Beato [Parte 2]

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Capítulo 2:
As Cicatrizes do Passado

O Teatro do Beato retomou a sua actividade após o terrível acontecimento que abalou o país (clique aqui para ler o capítulo 1). As cortinas voltaram a subir, e os actores retomaram os ensaios, mas todos sabiam que o teatro carregava agora um sombrio segredo nos seus corredores.

António e Sofia, as vítimas do Carrasco do Beato, tentavam desesperadamente encontrar alguma normalidade nas suas vidas. Após aquela experiência aterrorizante, os dois tornaram-se mais próximos, partilhando o trauma que os unia. No entanto, cada canto escuro e cada sombra parecia trazer de volta as lembrança daqueles momentos mais sombrios.

Enquanto isso, Manuel estava preso num hospital psiquiátrico, onde os psicólogos tentavam analisar a mente doentia do Carrasco do Beato. Ele permanecia em silêncio, perdido nos seus próprios delírios. Os investigadores policiais não conseguiram obter nenhuma informação útil dele, e o motivo por de trás dos seus assassinatos brutais continuava um mistério.

A detective Marta Dias, encarregada do caso, estava determinada a descobrir toda a verdade. Ela investigou muitos crimes ao longo da sua carreira, mas algo sobre o caso do teatro do Beato a intrigava profundamente. Ela sentia que havia muito mais a ser revelado, algo que a população precisava de saber.

Marta começou a revisitar o passado do teatro, mergulhando nos registos antigos e entrevistando pessoas que tinham trabalhado lá bastante tempo. Foi quando ela descobriu uma história obscura que lançava uma nova luz sobre a investigação dos eventos recentes.

Havia rumores de que, há muitos anos, durante uma produção teatral, um actor talentoso chamado Manuel Alves tinha sido rejeitado. Ele era conhecido pelo seu desejo incontrolável de estar no palco e a sua inveja dos actores que conseguiam os papéis principais. Diziam que ele desapareceu misteriosamente depois de ser rejeitado e nunca mais ninguém o viu.

Marta estava convencida que o Manuel Alves do passado e o Manuel, o Carrasco do Beato, estavam ligados de alguma forma. Ela continuou a investigar, procurando arquivos antigos e conversando com pessoas que chegaram a conhecer o antigo actor.

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Um dia, enquanto analisava os registos do teatro, Marta encontrou uma fotografia antiga de um elenco de uma produção teatral. Na foto, havia um jovem actor chamado Manuel Alves. Os seus olhos eram inconfundíveis, a mesma frieza que ela tinha visto no hospital psiquiátrico. A ligação entre os dois tornou-se muito mais óbvia.

Decidida a obter respostas, Marta visitou novamente o hospital psiquiátrico. Desta vez, ela levou a fotografia e mostrou-a a Manuel, que ficou com os olhos arregalados assim que a detective lhe mostrou a fotografia.

“Você é o Manuel Alves, não é?”, perguntou Marta, com a sua voz firme.

Manuel permaneceu em silêncio por um momento, e finalmente sussurrou: “Sim, era assim que eu costumava ser.”

Marta continuou a pressioná-lo. “O que aconteceu consigo depois de ter sido rejeitado pelo teatro?”

Finalmente, Manuel começa a contar a sua história. Ele tinha passado anos nas sombras, observando os actores que ele tanto invejava. Dedicou-se a estudar por conta própria a arte cénica e aperfeiçoou as suas capacidades. No entanto, a sua obsessão levou-o a um ponto de não retorno.

Ele admitiu que, anos depois, começou a cometer os terríveis assassinatos no Teatro do Beato como uma forma doentia de chamar a atenção para o seu próprio talento. Ele acreditava que, ao criar um espectáculo macabro, finalmente seria reconhecido como um actor talentoso, que acreditava ser.

Marta, chocada com a confissão de Manuel, tinha agora uma compreensão mais clara do motivo por de trás dos assassinatos. O passado sombrio do teatro deu origem a um monstro, e ela estava determinada a fazer justiça às vítimas.

Enquanto isso, António e Sofia continuavam a se apoiar um no outro enquanto tentavam superar o trauma do que lhes tinha acontecido. Decidiram que era hora de enfrentar os seus medos e voltar a actuar. Não apenas como uma forma de cura, mas também para honrar as vítimas dos terríveis acontecimentos do Teatro do Beato.

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O teatro começou a recuperar lentamente a sua reputação e as pessoal voltaram a ocupar os seus assentos. Enquanto as cortinas subiam, António e Sofia encontraram força nos seus papéis e, juntos, provaram que a paixão pela arte poderia superar até os mais sombrios dos pesadelos.

O mistério do Teatro do Beato tinha sido revelado, e a cidade de Lisboa começou a voltar ao normal. Mas as cicatrizes do passado permaneceram, lembrando todos que o terror pode se esconder nas sombras, mesmo nos lugares mais iluminados.

 

FIM

Aviso: Este texto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com eventos reais ou pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência. Todos as personagens, nomes, eventos e situações são produtos da imaginação do autor e não devem ser interpretados como factos reais.

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rickyunic

Um projecto com mais de 19 anos, onde apresento e abordo assuntos que me interessam a cada momento da vida. Desde humor, a saúde, passando pela tecnologia, a sexualidade e a espiritualidade. Tudo é válido neste espaço. Conto consigo para passar um bom momento a dois. Peace and Love. Carpe diem. Namastê.

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