4 crenças budistas que mudarão a sua compreensão da vida e será mais feliz
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No que diz respeito às várias religiões e crenças neste pequeno planeta, o Budismo tem muito a seu favor. Em vez de estar centrado na adoração a um ser supremo, é uma filosofia que se baseia em conhecer a si próprio, aceitar o que é, estar presente e ter compaixão.
O budismo pode ser praticado em conjunto com outras religiões, visto que os seus princípios se complementam, em vez de entrar em conflito.
“Inspirando, eu acalmo o corpo e a mente.
Expirando, eu sorrio.
Vivo no presente.
Eu sei que este é o único momento.”
-Thich Nhat Hanh
O que passou é passado e o amanhã é apenas um sonho. A única coisa que temos é o presente, mas a maioria das pessoas desperdiça-o reflectindo sobre o que já passou ou fica ansiosa com o que pode acontecer no futuro. Ao fazer isso, perdemos a paz e a tranquilidade que só podem ser encontradas quando nos concentramos a 100% no que está a acontecer agora, no presente. Essa é a a crença ou princípio budista da atenção plena.
Quando não estamos a chafurdar nas memórias ou pensando “e se em vez de, eu fizesse…”, vivemos inteiramente no agora; neste momento, nesta respiração, neste batimento cardíaco, nesta experiência. Estarmos no presente não significa que apenas devemos nos sentar e não fazer nada. Em vez disso, devemos estar atentos a cada acção que fazemos.
Ao dar uma mordida, nada no mundo deveria existir, excepto aquele pedaço de comida e o acto de mastigar, saborear e engolir. Ao lavar pratos, toda a atenção deve ser dada a essa tarefa em vez de apenas vivermos as nossas vidas no piloto automático com as nossas mentes a ir em direcções opostas para todas as outras partes do nosso corpo.
Basicamente, quando os nossos pensamentos estão focados no momento presente, eles não têm hipótese de se transformarem numa loucura. Experimente e veja como você pode ficar em paz e feliz quando toda a sua energia estiver focada no agora.
“Não há medo para aquele cuja mente não está cheia de desejos”
-Buda
Desejo e aversão são duas faces da mesma moeda. Existem coisas (ou experiências) que queremos e coisas (ou experiências) que não queremos, e gastamos grande parte da nossa energia quando nos fixamos em ambos os lados.
Muitas pessoas desejam viver uma vida longa e saudável, desejam evitar o sofrimento e têm medo da morte. Existem outros accionadores da ansiedade e do medo como o medo de perder o emprego, ter um acidente de carro ou até mesmo algo tão simples como perder as chaves de casa.
Muito do medo pode ser aliviado ao aceitar o facto de que coisas menos boas vão acontecer e que muitas (a maioria?) das coisas que realmente queremos nunca irão acontecer.
A dor é inevitável, o sentimento é opcional. Todas as vidas serão repletas de alguma dor, mas temos de nos afastar dessa dor e aceitá-la com leveza.
Essa é essencialmente a crença budista conhecida como Dukkha, que significa que a vida é dolorosa e o sofrimento é inevitável quando nos apegamos a estados e coisas impermanentes.
Aqui está um exemplo: podemos viver com medo da possibilidade de perdermos o emprego, mas quando isso acontecer, vamos superar. Acredite. Encontraremos outro trabalho, ou possivelmente acabaremos num trabalho mais prazeroso que não imaginaríamos ser possível. E para que serviu o nosso medo? Para nada. A vida joga-nos bolas para o nosso caminho? Sem dúvida. Mas todos nós vamos passar pela me*da, de qualquer maneira. Por isso, estaremos mais tranquilos quando aceitarmos que as coisas más acontecem e que nós vamos sempre dar a volta por cima. Dar a volta por cima é a melhor volta que podemos dar.
“Quando tudo se desintegra é uma espécie de teste e também uma espécie de cura. Achamos que o sentido é passar no teste ou superar o problema, mas a verdade é que as situações não têm uma solução definitiva. Elas vêm e se desfazem. Voltam novamente e desfazem-se novamente. É assim que funciona, simplesmente. O processo de cura ocorre quando deixarmos espaço para que tudo isso aconteça: espaço para a dor, para o alívio, para a angústia e para a alegria.”
-Pema Chödrön
Pode parecer um pouco derrotista, mas na verdade é bastante libertador.
A maioria das pessoas passa pela vida com a ideia de que o único momento em que serão verdadeiramente felizes é quando tudo estiver a acontecer conforme planeara. Bem, a vida geralmente tem outras coisas reservadas para nós. É uma viagem de montanha-russa entre enormes montanhas de lixo. Não existe de facto um estado em que tudo é perfeito e maravilhoso. Tentar alcançar esse objectivo só o deixará infeliz, porque estará a gastar toda a sua energia para alcançar o impossível.
O segredo é realmente focar na respiração, no batimento cardíaco e neste momento fugaz no tempo e perceber que seja o que for que esteja a acontecer agora, vai passar. Cada momento tem algo de bom para ser apreciado, e todas as tempestades vão terminar.
Esta é a crença budista da impermanência, que afirma que todas as coisas são um fluxo constante entre a existência e a dissolução.
“Quando outra pessoa te faz sofrer, é porque ela sofre profundamente dentro de si própria, e o seu sofrimento está a transbordar. Ela não precisa de um castigo; ela precisa de ajuda. Essa é a mensagem que ela está a transmitir.”
-Thich Nhat Hanh
É um bom pensamento para nos lembrarmos quando estivermos a lidar com alguém que nos está a magoar e a nos atacar por um motivo ou outro. Normalmente, quando outra pessoa nos magoa, o nosso instinto natural é ficarmos ressentidos. O segundo instinto padrão é retaliar para magoá-los.
Quando uma pessoa nos magoa, geralmente é difícil tentar dar um passo atrás e ver a situação com compaixão e empatia. Tente parar um pouco e perceba porque aquela pessoa está a se comportar dessa maneira, como um médico que está a tentar determinar a doença por trás do sintoma. Verá que as acções da outra pessoa resultam de algo que os está a magoar profundamente e fazendo com que sofram por dentro, e não apenas porque são cruéis ou vingativas.
Esta é a crença budista que se traduz como a compaixão é vista como um desejo de aliviar o sofrimento dos outros.
O budismo pode ser visto como um pouco severo por pessoas que estão acostumadas a afirmações positivas e memes cheios de unicórnios brilhantes, mas na verdade, é uma filosofia que incentiva a honestidade, aceitação e amor incondicional – tanto para nós próprios como para com os outros.
Há uma quantidade surpreendente de felicidade e liberdade que pode vir com o desapego, desejo e aversão. E todos nós temos a oportunidade de começar este tipo de prática com cada inspiração.
Experimente agora: ao inspirar, inspire paz. Ao expirar, expire expectativas, desejos e preocupações. Quanto mais você fizer isso, mais alegre e serena a vida pode se tornar. E se sentir que está a vacilar, concentre-se novamente na sua respiração.
Você consegue fazer isso.
Seja feliz.