Mais de 54% dos jovens sente tristeza e irritação pelo menos uma vez por semana
Mais de 54% dos jovens entre os 14 e os 24 anos apresentam sintomas psicológicos como tristeza, nervosismo, problemas de sono, irritação e medo pelo menos uma vez por semana, o que influi negativamente na percepção global do estado de saúde.
As conclusões, às quais a agência Lusa teve acesso, são de um estudo observacional transversal realizado por investigadores do Cintesis – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.
Com uma amostra de 746 adolescentes e jovens, o estudo tinha por objectivo caracterizar as percepções juvenis acerca da sua própria saúde e as experiências de ocupação dos tempos livres, fora do contexto académico ou laboral.
De acordo com o estudo, a sintomatologia psicológica era “significativamente maior” no género feminino, que também é o que percepciona pior o seu estado de saúde. Nas jovens, o nervosismo é um dos sintomas mais referidos, seguindo-se a irritação e os problemas de sono.
Os autores defendem que “a diferença de género na percepção do estado de saúde e nos sintomas reforça a necessidade de intervenções e abordagens distintas entre os géneros”.
O estudo aponta também para a existência de uma correlação positiva e significativa entre a satisfação com a ocupação dos tempos livres e a percepção favorável do seu estado de saúde, sendo que os jovens mais satisfeitos são os que aproveitam os tempos livres para conviver com familiares e com amigos.
Para os investigadores, esta associação “justifica a inclusão sistemática da avaliação da dimensão ‘actividades’ nas consultas de seguimento de saúde dos adolescentes e jovens”.
Entre as actividades de ocupação regular dos tempos livres (pelo menos uma vez por semana), a música e a Internet ocupam os lugares cimeiros, enquanto actividades como o voluntariado ou a participação associativa são menos comuns, mostrando que esta é “uma juventude mais individual na sua forma de passar os tempos livres, o que implica actualizar a compreensão sobre as causas deste movimento e as suas consequências”, consideram.
Via: Estudo conduzido pelo Cintesis, artigo