[Poema] O silêncio que mata a vítima de violência doméstica
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O silêncio é uma arma
Que fere sem deixar marca
Que sufoca sem fazer barulho
Que mata sem derramar sangue
O silêncio é uma prisão
Que isola sem ter muro
Que aprisiona sem ter grade
Que tortura sem ter dor
O silêncio é uma cumplicidade
Que esconde sem ter véu
Que protege sem ter escudo
Que perpetua sem ter lei
O silêncio é uma violência
Que machuca sem ter culpa
Que agride sem ter motivo
Que destrói sem ter perdão
O silêncio é uma morte
Que apaga sem ter luz
Que enterra sem ter cova
Que esquece sem ter luto
O silêncio é uma escolha
Que pode ser rompida
Que pode ser denunciada
Que pode ser vencida
Não se cale, não se renda
Não se deixe abater
Não se esconda, não se envergonhe
Não se negue a viver
Você tem voz, você tem força
Você tem direito à vida
Você tem apoio, você tem ajuda
Você tem saída
Não se cale, não se mate
Não se deixe morrer
Não se silencie, não se omita
Não se deixe sofrer
Fale, grite, denuncie
Lute, resista, sobreviva
Viva, sonhe, renasça
Liberte-se, ame-se, cure-se.
Às valentes almas que enfrentam a sombra da violência doméstica, quero dizer: vocês não estão sozinhas. O silêncio pode ser um aliado perigoso, mas a voz é a vossa arma mais poderosa. Não se permitam serem reduzidas ao silêncio que vos aprisiona. Ergam as vossas vozes, partilhem as vossas histórias e denunciem a injustiça que enfrentam. A coragem reside dentro de vocês, e cada passo em direção à luz é um passo em direção à liberdade. Não tenham medo de procurar ajuda, de pedir apoio e de romper as correntes da opressão e da violência. A verdadeira força está em escolher não se calar, em buscar a mudança e em lutar por um futuro onde todos possam viver sem medo. A sua voz importa, a sua vida importa. Não desistam, pois a esperança brilha naqueles que resistem.
Se está a ser vítima de violência doméstica, em Portugal, há recursos e pessoas dispostas a apoiar. Não hesitem em pedir ajuda junto de associações como a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) através do número 116 006 (chamada gratuita), disponível nos dias úteis das 8h às 22h. A Linha Nacional de Emergência Social também está ao dispor para prestar ajuda (através do número 144), disponível 24 horas, todos os dias.