[Poema] O tempo que o tempo tem
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No lento fluir das estrelas no firmamento,
O tempo, o senhor das eras, segue o seu intento,
Um tecelão invisível, entre o passado e o porvir,
Entrelaçando memórias, deixando marcas a reluzir.
Oh, tempo que és tão fugaz, como a brisa da manhã,
Tecendo sonhos e esperanças, na tapeçaria da vida tão vã,
Tu és o pincel que pinta rugas na face do destino,
Transformando a juventude em saudade com tacto divino.
Nas asas do relógio, voa a andorinha do instante,
Ecos do que foi, suspiros do que será, num eterno balançar constante,
No teu regaço, encontramos a alegria e a dor a dançar,
No teu abraço, o passado se despede e o futuro vem se aninhar.
Cada segundo, uma pérola rara, cai no colar do tempo,
Formando histórias, tecendo novelos, num encanto lento,
Oh, como és imprevisível, como uma chuva de estrelas cadentes,
Levando consigo momentos preciosos, tão doces e envolventes.
O teu caminho é um mistério, um trilho sem fim à vista,
Onde os sonhos nascem, se transformam e a saudade persista,
Como água corrente, escorres entre os nossos dedos ansiosos,
Ensinando-nos que a vida é um fluxo, fluido e grandioso.
No enlace do agora com o amanhã, no toque do passado com o presente,
Na dança dos instantes, na melodia suave e envolvente,
Desvendamos o teu segredo, oh tempo, que o tempo tem,
É na eternidade dos corações que teu valor mais se desvenda além.
Que possamos saborear cada instante, como um vinho raro,
Deixando o amor ser nosso guia, o farol nesse oceano claro,
Pois no final, oh tempo, seremos apenas estrelas a brilhar,
Na constelação das lembranças, no firmamento do eterno amar.