É possível identificar que cancro da mama poderá desenvolver metástases?
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Uma equipa de investigadores acredita que poderá ter encontrado um método de determinar que pacientes, com cancro da mama com células malignas nos gânglios linfáticos, poderão desenvolver metástases incuráveis e quais são os que correm menos risco.
Num estudo conduzido por uma equipa de investigadores liderada por Anita Grigoriadis, do King’s College London, Inglaterra, foram analisadas amostras de tecido dos gânglios linfáticos e do tumor primário de 309 pacientes com cancro da mama, que tinham recebido tratamento para a doença entre 1984 e 2002.
Os investigadores analisaram tanto amostras de tecido dos gânglios linfáticos com células cancerígenas como sem células cancerígenas e descobriram que são as características dos gânglios linfáticos sem células cancerígenas que poderão contribuir substancialmente para ajudar a prognosticar a possibilidade de a doença se espalhar para outras partes do corpo.
No seu estudo, os investigadores usaram modelos matemáticos sofisticados para analisaram alterações morfológicas nos gânglios linfáticos e desenvolveram um sistema de pontuação para prognosticar o risco de o cancro da mama desenvolver metástases.
Das pacientes cujo estado dos gânglios linfáticos era conhecido, 143 tinham células cancerígenas nos seus gânglios linfáticos, pensando-se que este grupo apresentava um maior risco de a doença se espalhar para outras regiões do corpo. No entanto, foi observado que em cerca de um quarto destas pacientes a probabilidade de metástases num período de 10 anos era muito reduzida.
Os resultados precoces demonstraram que as variações nas características dos gânglios linfáticos sem cancro podem ajudar os médicos a diferenciarem os pacientes que têm maior ou menor propensão de desenvolverem cancros secundários.
Se estes resultados forem validados em estudos de maiores dimensões, talvez seja possível identificar as pacientes em maior risco de desenvolverem metástases do cancro da mama, recebendo esse grupo tratamentos mais agressivos, enquanto as pacientes que apresentam baixo risco poderão ficar livres desses tratamentos, os quais, além de não as beneficiarem, acarretam efeitos secundários prejudiciais.