Poluição pode anular benefícios do exercício físico nos idosos
Tempo estimado de leitura: 2 minutos
A exposição à poluição atmosférica pode anular os benefícios oferecidos pelo exercício físico em adultos com idade mais avançada, indicou um estudo.
O estudo conduzido por investigadores do Imperial College London, Inglaterra, e da Universidade Duke, Carolina do Norte, EUA, teve como objectivo investigar os efeitos da poluição sobre adultos fisicamente activos, com 60 anos de idade ou mais.
Os investigadores recrutaram, para o estudo, 119 indivíduos com mais de 60 anos de idade, dos quais 40 eram saudáveis, 40 tinham recebido um diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e 39 tinham cardiopatia isquémica.
Os participantes foram instruídos para darem um passeio de duas horas na Oxford Street, uma das partes mais poluídas de Londres, ou numa parte calma do Hyde Park, que é uma extensa área verde da capital britânica.
Antes e depois do passeio os participantes foram submetidos a exames que mediram os efeitos sobre a saúde pulmonar e cardíaca, tendo em consideração a capacidade pulmonar, fluxo sanguíneo, tensão arterial e rigidez arterial.
Foi observado que, independentemente do estado de saúde dos participantes, os que tinham passeado no Hyde Park revelavam uma melhoria considerável na capacidade pulmonar durante a primeira hora. Esta melhoria prolongou-se por mais de 24 horas em muitos dos participantes.
Os investigadores apuraram também que o passeio pelo parque fez reduzir em 24% a rigidez arterial nos participantes saudáveis e nos com DPOC, e em 19% os que tinham doença cardíaca.
Por outro lado, os participantes que passearam na Oxford Street, demonstraram uma reduzida melhoria na capacidade pulmonar, a qual não foi mantida durante as horas que se seguiram ao passeio naquela movimentada e poluída parte da cidade.
Nestes participantes a rigidez arterial diminuiu em apenas 4,6% nos participantes saudáveis, 16% nos com DPOC e apenas 8,6% nos que tinham doença cardíaca.
Junfeng Zhang, coautor do estudo concluiu que o mesmo “junta-se à evidência cada vez maior que demonstra os impactos cardiovasculares e respiratórios negativos de mesmo uma curta exposição de duas horas à poluição do tráfego motorizado”, chamando a atenção para a necessidade de se estabelecer limites mais rigorosos à poluição automóvel nas cidades.